Nosso Fundador: nossa história



19 novembro, 2012


“O GRÃO DE TRIGO…”

PE. LIBÂNIO: O SURGIMENTO DE UM MISSIONÁRIO

Pe. Libânio Cicuto nasceu em Nova Aliança – SP, aos 27 de maio de 1940. É o quarto filho de uma família de cinco irmãos. Segundo seu pai, desde garoto manifestava o desejo de ser padre.

Fez seus estudos filosóficos e teológicos em São Paulo no Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora da Assunção no Ipiranga, período em que a Igreja passava por uma transmissão nos pós Vaticano II. Os estudos e sua intuição pessoal forneceram para que captasse o grande desafio do momento atual: a Igreja é essencialmente missionária. Ela existe para evangelizar e isso implica em levar a Boa Notícia (Evangelho) a todas as pessoas (Mc 16, 15 ss).

De uma “Igreja da Sacristia” (preservada dos desafios que a sociedade impõe) para uma “Igreja aberta para o mundo”, que sai de si mesma ao encontro do “mais distante” (geograficamente e territorialmente) e daquele que apesar de privigeliado em seu lugar social encontra-se “distante” dos compromissos da fé em Jesus Cristo (dever de todo batizado), sem vínculo comunitário e adormecido na graça do batismo que deve proporcionar a todos a oportunidade de ser missionário, seguida e anunciada do projeto de Jesus Cristo.

Terminado seus estudos, ordenou-se em Santa Fé do Sul aos sete de setembro de 1970, onde seus familiares residiam. Foi o primeiro padre diocesano de Jales e o primeiro sarcedote ordenado pelo então bispo diocesano D. Luiz Eugênio Pires, hoje, bispo de Jaboticabal.

Deste cedo começou a trabalhar com juventude, terreno fértil para o desertar de uma Igreja Missionária. Seu carisma (dom) e oratória (facilidade de expressão e comunicação), facilitaram um livre trânsito entre os jovens.

Foi alguém que desde muito cedo desejava o sarcedócio, mas ao conquistá-lo e experimentá-lo no cotidiano, desejava algo mais; o sarcedócio parecia ter gerado uma inquietude permanente e seu coração cada vez mais seduzido pelo despertar missionário.

Com o passar dos anos sua inquietude e vibração por uma Igreja toda missionária, leva-o à consciência de que ser “simplesmente padre” era muito pouco diante de um “mundo” a ser despertado para a missão e deveria trilhar um novo caminho, pisar um chão todo diferente. A consciência e ação missionária é a nova linguagem que a própria Igreja na época deveria aprender a falar, não só de em discurso, mas na própria devoção e entrega da vida e apresenta este desafio para si mesmo em primeiro lugar.

UMA EXPERIÊNCIA INÉDITA E INOVADORA PARA OS TEMPOS ATUAIS.

Surge a possibilidade de ir agrupando aqueles que “topam” fazer uma experiência vocacional. Ainda não sabe par onde caminhar. Tudo é início, e sendo assim, uma caminhada de angústia e esperanças. Agora, já não está mais na diocese de Jales e partira, para buscar um espaço, onde possa aprofundar a experiência.

Em Potirendaba (diocese de São José do Rio Preto-SP), como pároco da cidade aproveitando o espaço da casa paroquial começa acolher novos jovens que acreditam no mesmo ideal. Ao aprofundar a experiência novos desafios vão surgindo. Agora são o espaço, a manutenção e mesmo os “ciúmes” do próprio clero que acham desnecessários a novidade. São as dificuldades estruturais de um Igreja fechada, acomodada aquilo que redigem e redija sem ocultar os sinais que o Espírito Santo suscita em cada época.

Em São José do Rio Preto num barracão adaptado ficam os estudantes de filosofia e teologia para os estudos do Seminário Diocesano; em Potirendaba ficam os “seminaristas menores” que estudam o 1° e 2° grau.

PROBLEMAS E DIFICULDADES

Surgem após alguns anos problemas e dificuldades com o então bispo diocesano D. José de Aquino Pereira impossibilitando continuar na diocese para aprofundamento da experiência. O bispo de Barretos da época D. Antônio Maia Mucciolo que havia dirigido um retiro espiritual para os seminaristas em Potirendaba e se empolgado com a experiência, ofereceu a paróquia de Morro Agudo em sua diocese.

Uma primeira mudança. Seminaristas maiores (filosofia / teologia) transferem seus estudos para o seminário Arquidiocesano de Ribeirão Preto. Todos os dias uma viagem de Kombi de aproximadamente 75 km.

Os seminaristas maiores residem na casa paroquial e os menores pernoitam na sacristia da Igreja Matriz que fora adaptada. Tempos difíceis, mas não acaba o entusiasmo e vocações continuam chegando, mas é grande também a desistências por falta de segurança e estabilização e mesmo o arrebanhamento vai acontecendo de maneira apressada e irrefletida.

Os seminaristas vão aprofundando seus estudos filosóficos e teológicos e ao mesmo tempo fazendo experiência pastorais na comunidade. O povo também vai se despertando para o compromisso missionário com o trabalho de conscientização que Pe. Libânio realizava com fervor e incontáveis contatos na comunidade. Esse despertar leva a comunidade a ver a obra missionária como expressão de Igreja e compromisso de fé.

Os apoios materiais e espirituais tornaram-se evidências na caminhada paroquial. Surgem os primeiros frutos. Em 1980 ordena-se Manoel Ramos de Castro, seminarista proveniente de outro Instituto. Por determinação do bispo diocesano assume a paróquia de Ipuã com um grupo de seminaristas menores. Em 1982, mais três ordenações: Francisco de Assis Oliveira (Pe. Chico), José Judas Tadeu Rebelato e Luiz Carlos Martelo.

Mas, nem tudo são alegrias e comemorações; acontece após um ano e dez meses a morte repentina (aneurisma cerebral) de Pe. Chico que foi o primeiro vocacionado a acompanhar Pe. Libânio, e até então, braço direito e pessoa de confiança.

Era pároco de Morro Agudo e formador dos seminaristas que ali residiam. Nesse tempo o “Instituto” já era presença na diocese de Barretos também em Colina – SP, na pessoa do Pe. Martelo com outro grupo de seminaristas e em Suzano (na grande São Paulo) com Pe. Tadeu com os seminaristas de filosofia que estudam em Mogi das Cruzes.

Como se percebe, em decorrência das dificuldades financeiras para manutenção e em local próprio e único para a formação mais estável e eficiente (seminário), agrupa-se seminaristas nas respectivas paróquias. Isso gera uma dispersão e dificuldade em imprimir na formação dos vocacionados o carisma, o ideal que Pe. Libânio vai intuído para a instituição. Perde-se muitas vocações e até padres.

Em 1982 o então bispo diocesano de Taubaté SP, D. Antônio Afonso de Miranda oferece a Pe. Libânio uma paróquia e a possibilidade de agrupar os seminaristas maiores porque a diocese possui estudos de filosofia e teologia na Faculdade dos padres do Sagrado Coração de Jesus. As dificuldades de acomodação continuam as mesmas; os seminaristas continuam alojados em salas de catequese e sacristia de Igreja. Pe. Libânio luta agora para comprar um terreno onde possa construir um seminário para dar mais consistência à obra e maior segurança aos seminaristas. Adquire um terreno dentro da paróquia do Menino Jesus e no ano seguinte, com a ajuda de Instituições Internacionais, local e de amigos, consegue em um ano e meio construir o seminário.

Neste período acontece a ordenação de Pe. Arcemírio, mas deixam o Instituto os padres Manoel Ramos de Castro e Luiz Carlos Martelo. Deixa-se então as paróquias de Ipuã e Colina onde os respectivos padres trabalhavam. Pe. José Judas Tadeu e transferido para Morro Agudo. Pe. Arcemírio vai para Suzano e Pe. Libânio em Taubaté.

D. Antônio Maria, bispo de Santos decide Não ser mais o responsável jurídico/econômico do Instituto um vez que o seminário maior está em outra diocese, surgem dificuldades. O bispo de Taubaté prontifica-se para eventual compromisso. É também tempo de sofrimento, indecisões, muda-se de Morro Agudo. Com a inaguração do seminário em Taubaté “Casa Missionária Pe. Chico”, entrega-se também a paróquia de Suzano, ordena-se Pe. Aléscio Aparecido Bombonatti (1984).

Neste período são 21 seminaristas maiores, padres Libânio e José Judas Tadeu vão para o Paraná em busca de novas frentes missionárias. Em Taubaté ficam padres Arcemírio e Aléscio com paróquia e formação. É tempo de aprendizado, reflexão e assumir com equilíbrio o novo momento. Alguma coisa já é diferente: a casa de formação, um sonho não só de Pe. Libânio, mas de cada um, agora é realidade.

O Instituto após um tempo de decisões atropeladas e inefletidas vai agora conquistando sua identidade. Todos colaboram: Pe. Libânio não está mais sozinho. Surge o estatuto da instituição existe a próprio punho do Pe. Libânio que como fundador traça objetivo, finalidade do Instituto, vai surgindo um novo rosto missionário, inclusive na prática. O Instituto ganha novas ordenações: José Vicente e nos anos seguintes: Carlos Roberto Rebelato, Ronaldo José de Castro Neto, José Júlio, Joaquim Calegari, e isso, proporciona assumir paróquias em regiões de maior identidade missionária: Japurá – PR (Diocese de Umuarama), Mirassol D’Oeste – MT (Diocese de Cáceres) que anos após e trocada por Pontes e Lacerda na mesma Diocese.

Pe. Libânio segue para outras regiões a serviço da pastoral vocacional que é sua grande afinidade pastoral. Consegue novas vocações. Vai divulgando o Instituto que cada vez mais vai se tornando conhecido entre bispos, clero e o povo de Deus.

A formação dos seminaristas vai adquirindo mais solidez missionária e proporcionando aos membros mais clareza e possibilidade de opção futura: uns deixam o seminário porque descobrem não ser isso que querem para si, outros vão pra suas diversas e outros para diversas congregações missionárias.

É sempre tempo de sofrimento para Pe. Libânio que no seu desejo de ver a obra crescer gostaria que todos perseverassem, mas Deus em sua presidência, nunca deixou faltar vocações ao Instituto e também com a proteção de São José e o esforço contínuo de Pe. Libânio que tinha um carisma próprio e sabia muito bem “pescar”.

Novas surpresas: Pe. José Vicente e anos após, Pe. José Júlio deixam o Instituto e tornam-se diocesanos.

 NOVOS MISSIONÁRIOS 

Ordenam-se: Padres Abílio Dantas, Carlos Enrique, Edílson Paes Landim de Farias, Antonio Robson  e José Maria. São anos seguidos de ordenações que dão grande alegria a todos e novas paróquias são oferecidas: S. Bento do Sapucaí – SP (Diocese de Taubaté), Machacalis – MG (Diocese de Teófilo Otoni), São Tomé – PR (Diocese de Umuarama), Paranaíba – MS (Diocese de Três Lagoas) e assumidas graças às novas ordenações que surgem. Cria-se o seminário médio (1° e 2° graus) em Japurá – PR e o mesmo está na coordenação de Pe. Libânio com ajuda de Pe. Arcemírio. Pe. Libânio não via o momento em que pudesse ser totalmente e liberado para trabalhar especificamente na pastoral vocacional do Instituto com encontros vocacionais, visitas aos vocacionados e suas famílias.

Sentia-se um tanto sufocado pela luta e afazeres paroquiais do dia-a-dia. Em outubro 1996 foi acometido e surpreendido por um tumor malígno no cérebro, vindo a falecer em 01/09/1997. Saber de sua enfermidade criou nos membro do Instituto (padres/seminaristas) enorme ansiedade e expectativas. Mas aos poucos foi-se criando uma outra visão da situação, não era momento de desespero, mas de oração, confiança em Deus, sobretudo, acreditar que a morte é geradora de vida em plenitude.

Acreditamos que Pe. Libânio partiu muito cedo; sobretudo num momento em que estava cheio de vida e expectativas em relação com o futuro. Mas no plano da fé, acreditamos ue partir par ficar mais próximo e íntimo daqueles que marcou com seu ideais missionário, daquele que sempre acreditaram no valor e desafio de uma obra como a que fundou.

Com certeza, as dúvidas e inseguranças faziam com que os mais afoitos fossem procurar outros caminhos, mais seguros e tranqüilos. Fundar uma instituição missionária, uma obra de Igreja é impulso e orientação do Espírito Santo que precisa de homens e mulheres em todos os tempos para auscultar os sinais dos tempos.

Outrora na história da Igreja outros homens mulheres que também fundaram congregações masculinas e femininas com carisma diversos para expressar um sentimento atualizado e encarnado nas necessidades de fé do povo de Deus.

Hoje, Deus falou com o Pe. Libânio e ele disse Amém. Dizer Amém, significa inquietar-se com aquilo que é o desejo de Deus. Quem conviveu com Pe. Libânio, agora, pode entender a brevidade de sua vida, pessoa inquieta, temperamental, tinha pressa de tudo, Deus também teve pressa em relação à sua vida.

ORAÇÃO À DEUS, POR NOSSO FUNDADOR PADRE LIBÂNIO CICUTO

Ó Deus, que iluminaste o nosso Fundador, Padre Libânio Cicuto a doar-se inteiramente sua vida à evangelização que por meio do carisma missionário edificou, pois, o Instituto Missionário São José. Nós vos pedimos para que possamos ser perseverantes na continuação dessa Graça Divina. Que as tuas bênçãos se estendam a todos aqueles que ajudam a manter essa obra missionária.

Pela Intercessão de São José, Maria, Mãe do Redentor e Santa Teresinha do Menino Jesus, nossos patronos, possamos ser íntegros em anunciar a Boa Nova onde a Igreja necessitar de nós. Amém!



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1 Comentario para: " Nosso Fundador: nossa história "

  1. Fonseca disse:

    Na verdade essa história, é
    Muito emocionante e comovente também, até que
    Sinto uma brisa no coração, estou atraído
    Espero eu , que continuem levando adiante,
    O trabalho que Padre Fundador deixou.
    Que essa história desperte os corações de muitos
    Jovens, eu também gostaria que o dom da vocação
    Passasse no meu coração.
    Todos missionários de São José, orem por nós. Amém

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